o céu está rosado: é hora do chá
a chaleira gritante diz-me que a água ferveu
o jardim decorado por Jasmins
os últimos raios do sol os fazem brilhar - é belíssimo
o chá está servido e o gostinho do mel está em meus lábios
a música boa embala os meus dedos que batem na xícara
e produzem um tinir quase inaudível - deleitoso
sossego
pálpebras cicatrizadas
combinação perfeita: para um café
absolutamente só
em um dia chuvoso
sábado, 30 de outubro de 2010
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Surto!
perdemos a fé em papai noel, mas aprendemos a acreditar no amor.
perdemos a fé em nós mesmos.
nos perdemos de nós
nos encontramos em um outro eu - não nosso
perdestes a fé em mim, mas ainda vivo em você.
perca-se de mim
perca-se de si
perca-se de nós
toma-me seu coração e segue em paz.
perdemos a fé em nós mesmos.
nos perdemos de nós
nos encontramos em um outro eu - não nosso
perdestes a fé em mim, mas ainda vivo em você.
perca-se de mim
perca-se de si
perca-se de nós
toma-me seu coração e segue em paz.
domingo, 17 de outubro de 2010
cegueira
perca-se comigo - dizia-me com um belo sorriso. brevemente eu maquiava o meu desarranjo mental.
acostumada aos meus devaneios: fitava-me os olhos com ternura.
para mim basta. para nós: basta nós mesmas. todo este brilho a refletir é seu e também é meu. demência abstrata na sua presença. demência irritante a sua ausência.
demente demente:
perdida
solta
sua
sua
nada mais.
nada mais além de eu e você.
para mim basta. para nós: basta nós mesmas. todo este brilho a refletir é seu e também é meu. demência abstrata na sua presença. demência irritante a sua ausência.
demente demente:
perdida
solta
sua
sua
nada mais.
nada mais além de eu e você.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
cuspindo palavras
perdida em um ônibus, nem me entendia. por que estou aqui?
o furacão que fez de mim moradia
ventou-me forte, furtando-me todo o expressar
estômago perdido, fome: jamais
cerebelo embriagado, não comandava o meu andar
coração desgovernado, ouvia-o bater...
mãos umidas, corpo frio
como pode me deixar assim?
perdi-me profundamente a ponto de não me saber roubada - tomou-me para si.
confétes preenchem a minha massa cinzenta - agora colorida por ti
acostumada ao monocromático sinto-me luzir
neste entardecer nem mesmo a dama da noite brilhou mais que os meus olhos quando a menina dentro deles era como um belo jasmim
zombava-me no espelho - doidamente
tola: quem fui durante os meus poucos anos de vida não me pertencia mais
criança tola: tinha o perfume da flor e nada mais
vazia: sorria!
vazia de mim, cheia de você
a garota dos meus olhos no reflexo era a penumbra de alguém que existiu
queria-me de volta
de volta ao campo florido: a mais bela sempre jasmim
enfeitiçada, salivando
supliquei: deixa-me comigo.
quando estiveres quase longe, devolva-me em um envelope branco
sem remetente
deixa-o no tapete da porta
e lembra-te:
quem está no envelope é você
quem vai com você: tudo que pertenceu a mim
devolvo-te!
algum dia...
o furacão que fez de mim moradia
ventou-me forte, furtando-me todo o expressar
estômago perdido, fome: jamais
cerebelo embriagado, não comandava o meu andar
coração desgovernado, ouvia-o bater...
mãos umidas, corpo frio
como pode me deixar assim?
perdi-me profundamente a ponto de não me saber roubada - tomou-me para si.
confétes preenchem a minha massa cinzenta - agora colorida por ti
acostumada ao monocromático sinto-me luzir
neste entardecer nem mesmo a dama da noite brilhou mais que os meus olhos quando a menina dentro deles era como um belo jasmim
zombava-me no espelho - doidamente
tola: quem fui durante os meus poucos anos de vida não me pertencia mais
criança tola: tinha o perfume da flor e nada mais
vazia: sorria!
vazia de mim, cheia de você
a garota dos meus olhos no reflexo era a penumbra de alguém que existiu
queria-me de volta
de volta ao campo florido: a mais bela sempre jasmim
enfeitiçada, salivando
supliquei: deixa-me comigo.
quando estiveres quase longe, devolva-me em um envelope branco
sem remetente
deixa-o no tapete da porta
e lembra-te:
quem está no envelope é você
quem vai com você: tudo que pertenceu a mim
devolvo-te!
algum dia...
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Jasmim
Estou tão adoecida que penso não conseguir pensar.
Não encontrar belas palavras em meio ao turbilhão que é a minha cabeça quando está ardendo...
é uma loucura.
Loucura completa.
Me doem os pés.
Me doem as costas.
Me dói o estômago.
Vertigens longas e sempre presentes...
dizer-te algo mais, é difícil em meio a tantas náuses...
loucura.
Gosto-a, mais que estar bem.
Meu bem,
não se preocupe,
ânisas sim,
mas lembro-me apenas das quais preciso de você.
Não encontrar belas palavras em meio ao turbilhão que é a minha cabeça quando está ardendo...
é uma loucura.
Loucura completa.
Me doem os pés.
Me doem as costas.
Me dói o estômago.
Vertigens longas e sempre presentes...
dizer-te algo mais, é difícil em meio a tantas náuses...
loucura.
Gosto-a, mais que estar bem.
Meu bem,
não se preocupe,
ânisas sim,
mas lembro-me apenas das quais preciso de você.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
gnómon
tic-tac e alguém morre. tic-tac e alguém se apaixona. tic-tac e alguém está chorando a morte. tic-tac e um namoro termina. tic-tac e alguém nasceu. tic-tac e o 'já' é para sempre. tic-tac e um sonho termina. tic-tac e já são dezesseis anos de vida.
tic-tac e o meu pensar é seu. minhas palavras são aquelas que nós podemos dizer. algumas horas e me eternizo: em você.
um segundo e sinto apenas o perfume dos seus cabelos. alguns dias e os únicos impulsos nervosos que chegam ao corpo celular de cada neurônio meu: é seu nome. o equilíbrio que meu cerebelo sabe: sua presença.
palavras jogadas em um liquidificador
formações dadaísta
não há nada em mim que não seja você.
guerra
colapso
você
meu corpo... sem regimento.
tic-tac e o meu pensar é seu. minhas palavras são aquelas que nós podemos dizer. algumas horas e me eternizo: em você.
um segundo e sinto apenas o perfume dos seus cabelos. alguns dias e os únicos impulsos nervosos que chegam ao corpo celular de cada neurônio meu: é seu nome. o equilíbrio que meu cerebelo sabe: sua presença.
palavras jogadas em um liquidificador
formações dadaísta
não há nada em mim que não seja você.
guerra
colapso
você
meu corpo... sem regimento.
domingo, 3 de outubro de 2010
dar-se ao caso
uma tela
uma câmera
o borbulhar dos teus olhos no vídeo
o estremecer do meu corpo ao te olhar
graciosos movimentos: fazia eu
segundos em que o tempo estava sólido
sentia o frio rasgando a pele sensível que (não) protege os meus lábios
pouco me importava
tinha a sua atenção
me sentia o centro de sua divindade
durante o curto instante em que o badalar dos ponteiros de um relógio marcariam um acontecimento já eternizado
não entregava-lhe o meu sorriso - contido
deslumbrava-lhe com meus olhos
apetecendo os seus
recitando minha ambição
demorava-se em seu recolhimento percebendo-se minha
deleitava-me ininterruptamente do seu sentir
maquiava-me do seu possuir
escondendo-me de mim
ser sua
uma câmera
o borbulhar dos teus olhos no vídeo
o estremecer do meu corpo ao te olhar
graciosos movimentos: fazia eu
segundos em que o tempo estava sólido
sentia o frio rasgando a pele sensível que (não) protege os meus lábios
pouco me importava
tinha a sua atenção
me sentia o centro de sua divindade
durante o curto instante em que o badalar dos ponteiros de um relógio marcariam um acontecimento já eternizado
não entregava-lhe o meu sorriso - contido
deslumbrava-lhe com meus olhos
apetecendo os seus
recitando minha ambição
demorava-se em seu recolhimento percebendo-se minha
deleitava-me ininterruptamente do seu sentir
maquiava-me do seu possuir
escondendo-me de mim
ser sua
amor fora do ar
senti o macio dos seus lábios outra vez
paulatinamente regurgitei cada lembrança
o fétido perfume que viveu em minhas roupas pairava no ar
exalando novamente a essência que vivia em ti
que renascia agora em mim.
não encontrava palavras, nem olhares que me pudessem esconder de ti
procurei uma foto... perdia-me ao ver-te o semblante
não sabia o que ouvia, nem lia mais
os vestígios dos teus lábios em meus ombros são de segundos atrás
me desmantelo e logo me refaço
devolvo o sorriso e torno a fechar a caixa mágica
você está fora do ar.
paulatinamente regurgitei cada lembrança
o fétido perfume que viveu em minhas roupas pairava no ar
exalando novamente a essência que vivia em ti
que renascia agora em mim.
não encontrava palavras, nem olhares que me pudessem esconder de ti
procurei uma foto... perdia-me ao ver-te o semblante
não sabia o que ouvia, nem lia mais
os vestígios dos teus lábios em meus ombros são de segundos atrás
me desmantelo e logo me refaço
devolvo o sorriso e torno a fechar a caixa mágica
você está fora do ar.
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